Amanhã eu faço

Que atire a primeira pedra quem não passou por isso, pelo menos uma vez.

Procrastinar, uma palavra complexa para um comportamento tão comum. Sim, deixar para fazer mais tarde é um comportamento muito comum e, por vezes, gerador de sensações muito incômodas.

A palavra, de origem latina (procrastinatus – pro=á frente e crastinus=amanhã), identifica a pessoa que adia, sistematicamente, as suas atividades.

Esse comportamento ocorre por motivos bastante diversos, mas seja qual for o seu motivo, as reações são muito negativas. O adiamento de tarefas pode causar várias sensações negativas como: aumento de stress, sensação de culpa, ansiedade e confusão para definição de prioridades entre outros fatores. É, portanto, um fator bastante disfuncional no comportamento profissional em geral.

Mas, como disse, a procrastinação pode ocorrer por motivos bastante diversos como:

  • Consequência do nível de autoestima. Sim com uma tendência á uma baixa autoestima o profissional pode adiar a atividade em razão do receio de ter que enfrenta-la. Ou, se a tendência é de uma alta autoestima pode ocorrer o adiamento porque, “é fácil e posso fazer rapidamente”. E deixa-se então para o último momento.
  • Outro fator constante para a ocorrência da procrastinação é o perfeccionismo. Este é um fator muito comum. A expectativa de fazer a atividade com muita profundidade ou abrangência pode exigir uma preparação muito longa. E parece que nunca está como deveria. Neste caso lembrem-se de que “o ótimo não é bom”!
  • Há, também, diferenças na avaliação da importância da atividade. Tarefas consideradas de pouca importância são, geralmente, deixadas para depois. Mas, pouco importante para quem? Essa é uma pergunta que devemos nos fazer frequentemente. Por vezes não gostamos de algumas atividades e, por isso, a consideramos de menor importância (por exemplo, colocar em ordem a sala desarrumada). Sempre analise a importância de uma atividade levando em conta o contexto e as outras pessoas.
  • De outra forma consideramos a tarefa de tanta importância que nos causa receio, principalmente pelas consequências da tarefa. Há sempre uma pressão sobre essa ação e o receio de não ser bem sucedido tornando-o indeciso quanto á ação.
  • Outro ponto importante é o excesso de atividades. Por vezes, na expectativa de se ter uma boa imagem profissional, aceita-se mais atividades do que seria lógico e adequado. Evidentemente algo ou não será bem feito, ou simplesmente não será feito. Saber dizer não e analisar adequadamente sua capacidade de produção é fator preponderante de bons resultados.
  • Podem existir fatores físicos e psicológicos que levam á procrastinação. Por exemplo, dificuldade de atenção (déficit de atenção) e de foco levam á perda de produtividade e, portanto, de concretização da ação. Episódios de depressão, mesmo que ocasionais, levam á postergação de atividades. Também é importante destacar os fatores motivacionais. É lógico que atividades que nos motivam são premiadas com a nossa melhor atenção. É muito bom fazer o que se gosta, mas não podemos nos esquecer de que, para isso, é necessário se fazer o que precisa ser feito, seja agradável ou não. É o preço.
  • Por fim um último exemplo que na minha atividade de magistério era bem comum. Os alunos sempre solicitavam adiamento das datas de entrega dos trabalhos argumentando que isso iria melhorar a qualidade dos trabalhos. No entanto, o tempo livre, concedido, era logo invadido por outras atividades e, ao final, o acumulo de tarefas levava á uma baixa na qualidade do resultado final, para todas as tarefas. Em suma, dedique o tempo certo para cada atividade.
    • Utilize uma agenda para lembra-lo da tarefa (não marque a data de entrega, mas sim a data em que tem que iniciar a fazer).
    • Cuidados com as “facilidades tecnológicas”. Por vezes isso pode atrapalhar a execução ou distrair a sua atenção para o mais importante. Isso é, cuidado para não ficar checando a sua caixa de e-mails a toda hora e muito cuidado com o facebook, Skype, etc.

Não é fácil, eu concordo, mas podemos agir objetivamente para aumentar o nosso foco, os nossos resultados e reduzir as nossas ansiedades e sensações de culpa, desnecessárias.

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