A IMAGEM É A MENSAGEM
Sem dúvida não podemos continuar fazendo a nossa comunicação e oferecendo feedback da forma como fazíamos.
Tudo evolui, principalmente quando somos influenciados por fatores externos como, por exemplo, o advento do home office e da comunicação digital.
Então temos, a reunião virtual, o WhatsApp, o EAD, a relação com a câmera fechada, o e-mail (será que temos isso ainda?), até as mídias sociais que, além de suprir a necessidade, quase narcisista, de se fazer notar, também atende à troca de mensagens.
E essa situação da mídia digital nos leva a outro tipo de evolução. Parece que, como um passo à frente de “o meio é a mensagem” de McLuhan, estamos indo para o “A IMAGEM É A MENSAGEM”!
Esse famoso filósofo e teórico da comunicação, que inclusive também cunhou a expressão “aldeia global”, enfatizou a importância do meio sobre a própria mensagem.
Hoje temos a predominância da Imagem sobre a mensagem. Mas o conteúdo ainda continua sendo secundário nos afastando do objetivo principal:
A VERDADEIRA COMUNICAÇÃO > a agregação de valor.
Tudo bem, a imagem é fundamental para a ação comercial, mas na relação de gestão e relacionamento esse fundamento não se sustenta sozinho. E, algumas vezes, infelizmente, a imagem sobrepuja o conteúdo (as vezes até o substitui).
O que parece realmente importar é qual a percepção que consigo passar sobre mim para os outros.
É a “nova comunicação”! A IMAGEM!
E assim utiliza-se a maior parte dos recursos para difundir mais a imagem do que a mensagem, propriamente dita. Espera-se, inclusive, que a imagem seja o elemento de convencimento da mensagem.
Então são muitos canais e pouca profundidade na mensagem: rápida, curta, quase lacônica. Algumas vezes apenas em forma de Emojis (que tem para todos os gostos). Ou seja, pouco aprofundamento, como diisse Zygmunt Bauman em seu livro: “A Modernidade líquida”, emprestando, assim, o conceito de a comunicação líquida.
É a “nova comunicação”!
E uma boa parte das empresas, por exemplo, não conseguiu, ainda, enfrentar essa realidade de forma adequada, causando uma complicação razoável.
Uma recente pesquisa internacional da Mckinsey, sobre características da “grande evasão” salienta os seguintes motivos dessa insatisfação:
54% dos colaboradores pesquisados, não se sentem valorizados pela organização e, 52% pelos seus líderes.
Então duas conclusões possíveis:
- Penso que as empresas pretendem manter seus colaboradores. Nesse caso podemos imaginar que as empresas não estão conseguindo comunicar isso. Não se está gerando comunicação, simplesmente. Há intenção, apenas. Às vezes boa intenção, mas, não há comunicação.
- Outro ponto que podemos enfatizar é que os colaboradores estão CLAMANDO por valorização e reconhecimento. E não recebem nenhum dos dois.
E ESSA É A MISSÃO DA COMUNICAÇÃO E DO FEEDBACK NA GESTÃO!
Pelo menos deve ser, se puder atender algumas novas posturas.
As empresas confundem, com frequência, atitudes transacionais, como mais salário ou benefícios, em detrimento das atitudes relacionais, como melhor conexão, relacionamento, propósito e reconhecimento. Essa situação impacta diretamente no clima organizacional.
Lembrem-se de que estamos todos “juntos e misturados” no ambiente organizacional, até com o reforço da diversidade, provocando sensível fragmentação de valores e condutas.
Precisamos reconectar as pessoas entre si e reforçar o propósito.
Algumas vezes fala-se, até, da empresa feliz. Mas, o que é uma empresa feliz?
Afinal, o que é ser feliz sem ter desafios, dificuldade a vencer e metas a serem alcançadas e conquistadas? O ambiente empresarial não é um ambiente de lazer. Sem dúvida preciso ter satisfação em trabalhar nessa empresa porque reconhecem o meu esforço (então tenho que fazer esforço), me dão responsabilidades (preciso assumir), me exigem melhorar (preciso querer melhorar) e, finalmente, acreditam em mim. Esse é o ambiente que propicia desenvolvimento. Sem dúvida então, o reconhecimento é a “pedra de toque” para reforçar a satisfação e a produtividade. Que precisará ser sempre exigida.
No entanto, o incremento da tecnologia, notadamente com o uso aplicado de algumas ferramentas, como a IA e os processos de Analytcs e outras ferramentas, inclusive de sistemas de monitoramento, faz surgir um novo procedimento de análise organizacional, com o sistema TOMANDO DECISÕES POR VOCÊ!
Você já deve ter ouvido a desculpa: “o sistema não permite”, consignando que a decisão não me cabe.. Sem dúvida a tecnologia possibilita o aumento da qualidade da decisão e da homogeneidade dos procedimentos, mas com restrição da participação humana, deixando de lado algumas das nossas habilidades mais diferenciais e sofisticadas. Afinal, a própria tecnologia é consequência da criatividade humana.
Em suma, fortes mudanças na prática organizacional têm provocado novas posturas e novas sensações entre todos, líderes e liderados, ambos inseguros com esses novos passos.
De forma muito positiva as organizações procuram investir em integração tecnológica. Ótimo! Mas será que não podemos investir, também, em integração humana para melhor utilização da tecnologia, dos esforços e dos resultados?
Lembrem-se, até o nosso cérebro busca o melhor caminho para reduzir o gasto de energia (já que ele é um grande consumidor) e, portanto deixa de fazer algumas ações que considera ter sido substituída.
Por exemplo, conseguimos lembrar do telefone de pessoas próximas porque estão em nossos contatos no celular? Então deixamos de ter essa habilidade? Em princípio pode significar que liberamos o cérebro para coisas mais importantes. Mas, não é com o exercício e sua constante utilização que ele se desenvolve?
Então, como manter a motivação, os desafios e a valorização de nossos profissionais, cada vez mais graduados, com várias especializações e competências, frente a essa realidade cada vez mais presente?
Esse é nosso desafio!
Dessa forma podemos fazer algumas considerações:
- Minha atividade passa a ter menor valor agregado?
- Meu distanciamento com o home office me retira um pouco da empresa?
- Nas reuniões virtuais preciso manter as câmeras abertas ou apenas o som? Ou que se dane!
- O feedback pode ser só por escrito, apenas?
- Como acreditar no potencial dos nossos colaboradores? Há receita para isso?
- Se a tecnologia nos apoia então deverá nos sobrar tempo discricionário. Podemos usar esse tempo para nos aproximar da equipe e aproximar a equipe? Ou não sobra tempo?
São essas e outras são considerações que vamos utilizar na nossa palestra, quando faremos questão de ouvir a sua opinião e a sua experiência sobre isso.
Bernardo Leite