INTEGRAÇÃO E COMUNICAÇÃO
(combustíveis do “motor” empresarial)
Estes dois fatores são determinantes para a geração de riquezas nas organizações. A comunicação é elemento de transmissão de diretrizes, dados e toda uma série de informações que possibilitam o resultado, é matéria prima, é orientação é definição de alvos. É interessante comparar o sistema circulatório do organismo humano com o sistema de comunicação na organização. Da mesma maneira que a falta da circulação do sangue em algum órgão do organismo humano provoca danos por vezes irreparáveis, na organização empresarial a falta da comunicação pode ter o mesmo efeito. Em suma a comunicação é o canal de toda ação empresarial. Por exemplo, é a ferramenta básica para a atuação de qualquer nível de supervisão.
Infelizmente, apesar de toda essa importância o exercício adequado da comunicação ainda é um jogo de boas intenções. A questão inicial desse ponto refere-se ao pouco entendimento da sua real definição. A palavra Comunicação subentende TORNAR COMUM a mensagem, isto é, fazer com que o receptor da minha mensagem entenda-a da mesma maneira que eu, o emissor a entenda, portanto, seja comum a nós dois. Por isso qualquer mensagem afixada nos quadros de aviso das empresas na grande maioria dos casos não é comunicação. Só o será se a compreensão de quem a ler for igual à pretendida por quem a emitiu, o que acontece em casos muito raros, ocasionando os mais diversos dissabores possíveis.
Fator agravante ao que já expusemos é o fato de que, hoje, é necessário se dar mais importância ao sentido horizontal da comunicação. Aquela que ultrapassa as fronteiras departamentais e os próprios limites da empresa, obedecendo à visão sistêmica, enriquecendo o processo e agregando valor aos resultados.
Por isso costumo enfatizar que, “no mínimo 100% das empresas tem problemas de comunicação!”.
Por vezes a empresa se preocupa muito com a comunicação vertical (chefe e subordinado), mas se esquece da estratégica importância do sentido horizontal da comunicação (entre os departamentos).
Complementarmente ás dificuldades de comunicação encontra-se os problemas de integração, entendidos como a dissonância que ocorre entre profissionais, áreas, departamentos, diretorias e os objetivos dentro da Empresa.
Como se pode perceber os problemas de integração são particularmente destrutivos da produtividade desviando o alcance dos resultados.
Integração é coerência de objetivos, é conflito profissional, é procura constante de melhoria e é definição de alvo. E definição de alvo é outra das carências clássicas dos diversos setores da organização. Por exemplo, quando solicitamos que nos digam qual é o objetivo (alvo) da área de Treinamento nas empresas normalmente ouvimos: Treinar pessoas.
Mas não, o alvo de Treinamento não é treinar pessoas. Treinar pessoas é o que treinamento faz, é a sua atividade, o meio para alcançar o resultado, que poderíamos consignar, de maneira simples, como: Pessoas Aptas (aos desafios e necessidades da Organização).
Em outro exemplo, para melhor esclarecimento, agora com a área de Manutenção de ar condicionado podemos afirmar que seu alvo não é consertar ar condicionado. Isso é o que se faz para manter o seu objetivo que é: Ar Condicionado funcionando.
No entanto a área de Manutenção de ar condicionado é medida, dentro da empresa, pelo tempo que gasta consertando, quando deveria ser medida pelo tempo que não gasta consertando. Este é o viés oficial das organizações que, muitas vezes, conduz para alvos equivocados.
Salientamos, ainda, que o fator de integração não deve ser medido pelo grau de sociabilidade das pessoas na organização. Nem sempre grande sociabilidade é sinônimo de integração. Ás vezes é justamente o contrário!
Portanto a geração da integração depende de alvo, de objetivos definidos e consensados em razão do objetivo maior, o resultado global da organização.
É neste ponto que quero ressaltar uma das ferramentas de grande efetividade para a geração de integração objetiva e eficaz, com grande repercussão na produtividade e no alcance de resultados: a relação Clientes e Fornecedores internos na Empresa. Afinal toda empresa é composta de processos, que se sobrepõem, seguem paralelos, trocam resultados e, enfim, caminham para o resultado final, dentro do princípio de cadeia de agregação de valor.
Isso quer dizer que a relação de clientes e fornecedores internos é uma situação absolutamente natural e desejada. É extremamente oportuno, para qualquer área e para qualquer profissional, contar com um cliente interno que oriente quanto aos resultados, que alerte quando necessário e que não permita que meu setor fique obsoleto. Não é para isso que estamos dentro da empresa? Não é para isso que fomos contratados?
Já implantamos a relação cliente e fornecedores internos em várias empresas e as mudanças extrapolaram a questão técnica e operacional abrangendo os mais variados aspectos de relacionamento, integração e comunicação. Em suma, sem objetivos definidos e sem medição para o monitoramento do desenvolvimento qualquer ação para a integração de esforços e resultado pode ser mais um jogo de boas intenções!
Atentem para isso! Não basta que nossos colaboradores dirijam-se à nossa Empresa para trabalhar. Trabalhar, em muitos casos, pode significar atender às expectativas! É imperativo que nossos colaboradores pretendam expandir expectativas, para o negócio e para si próprios. Esse é o movimento natural da humanidade. O universo está em constante expansão, para manter-se coeso e vivo. Esse é, portanto, o nosso destino. Perpetuar-se através da expansão contínua!!!
E para as empresas a Integração e a Comunicação são fatores básicos e prioritários para fundamentar o alicerce do desenvolvimento.
Bernardo Leite Moreira