Porque os 5 s – programa criado no Japão em 1950 está tendo sucesso atualmente?
A ferramenta ” programa dos 5 s” surgiu no Japão em 1950, criado pelo engenheiro de manutenção “Kaoru Ishikawa” que, após um estágio no EUA (derivado do plano Marshal) implanta a ferramenta no Japão . Na mesma época estava sendo fundado o “jpc” – centro de produtividade do Japão.
Os 5 s foi, portanto, a primeira ferramenta de envolvimento, participação e produtividade do japão no pós guerra . Mais recentemente (1996) o programa foi alvo de um desenvolvimento por parte de um grupo de técnicos no Japão. Houve um fortalecimento da questão comportamental.
Os 5 s são chamados de :
” base para implementação da qualidade total ” .
Sem exagero os 5 s é um dos responsáveis pelo sucesso da empresa japonesa e pelo próprio reerguimento do Japão .
“Uma ilustração gráfica da importância desta ferramenta é uma árvore cujo tronco ( base) representa os 5 s e os galhos os demais instrumentos japoneses conhecidos de gestão da qualidade e produtividade como por exemplo : tqc; ccq; tpm; jit; kanbam; kaizen; etc.”
o que é 5 s ?
O nome deriva, simplesmente, de 5 palavras japonesas (nomeando os 5 passos da ferramenta ) que iniciam com a letra s , como segue :
– Primeiro s (passo): Seiri :
– Significa – separar o necessário do desnecessário .
– Este passo inicia-se com o “akafuda” (que é um cartão vermelho) que é aplicado pelos funcionários da empresa, nos objetos, equipamentos, móveis, papéis, arquivos, ou outros objetos que são considerados, pelos funcionários, como desnecessários ou não úteis e que devem ser removidos da área de trabalho.
– Estes objetos removidos poderão ser descartados, consertados, transferidos, vendidos ou qualquer outra destinação.
– Neste dia inicial é comum o ambiente da empresa apresentar vários cartões vermelhos que apontam objetos desnecessários para que sejam removidos .
– Somente após a remoção desses objetos (normalmente para uma área de descarte) é que da-se início ao segundo s.
– Segundo s (passo): Seiton:
– Significa – arrumar e organizar o ambiente
– O seiton parte do princípio de que uma grande fonte de desperdício na empresa refere-se ao deslocamento de pessoas e à perda de tempo resultante na procura de objetos, documentos, ferramentas, materiais e etc, que nunca estão no lugar que deveriam estar !
– A organização e arrumação é baseada em um sistema de comunicação visual, simples, que identifique e localize tudo, na empresa . É um c.e.p. ( código de endereçamento postal ) da empresa .
– Quase tudo pode ser identificado para localização rápida . Deve-se evitar manuais e outros sistemas que possam burocratizar. Deve-se enfatizar a comunicação visual.
– Terceiro s (passo): Seisso:
– Significa – limpar e, principalmente, manter limpo o ambiente, para facilitar a manutenção da área e dos equipamentos .
– A limpeza é enfocada objetivamente neste passo. Ela é efetuada pelas próprias pessoas do setor, principalmente por causa da ação de inspeção . Isto quer dizer que não é só limpar mas, limpar inspecionando a sistemática de funcionamento do processo .
– Normalmente as pessoas responsáveis pela limpeza na empresa deveriam ater-se ás áreas de uso comum, por exemplo, banheiros, corredores , etc .
Bom !, estes são os três s operacionais, isto é os s que se praticam os outros dois restantes são de fundo filosófico, e servem como parâmetros de manutenção do sistema .
– Quarto s (passo): Seiketsu :
– Significa – manter tudo limpo, organizado, sinalizado e com asseio .
– Este quarto s sugere a criação de um hábito.
– Cada funcionário vai praticando e percebendo, por sí mesmo, a importância da continuidade do procedimento. Por exemplo, é importante limpar, mas é fundamental não sujar .
– Como apoio a esse procedimento é implantado, normalmente, um sistema de “auditoria dos 5 s” , como uma forma de avaliação e premiação dos melhores setores da empresa .
– O quinto s (passo): Shitsuke:
– É o grande objetivo do programa .
– Deriva, no idioma japonês, da palavra “shitsuku” , isto é : acostumado, incorporado .
– E significa exatamente isso – educação, de forma a que se executem os demais 4 s , de maneira natural e espontânea .
– É comum, neste estágio, que os funcionários já tenham levado para suas casas o conceito dos 5 s . A interferência no ambiente organizacional é patente e é esse clima motivacional que traz melhorias para a qualidade e produtividade da empresa .
O programa dos 5 s é baseado, cientificamente, em princípios de educação (era matéria das escolas infantis, no Japão). Dessa maneira a técnica da repetição é consubstanciada na aplicação por ciclos, dos três primeiros s, que se repetem por três ou quatro vezes, da seguinte forma:
1- O primeiro ciclo de aplicação dos três primeiros s ( seiri/seiton e seisso) funciona como um aprendizado ( aprende-se fazendo ) , como um teste de credibilidade da estrutura e o envolvimento ainda é tímido (demora, em média, 40 dias para aplicação dos três primeiros s) .
2- O segundo ciclo já denota percepção mais apurada, maior envolvimento e é nesse ciclo que inicia-se o processo de avaliação (demora, em média, 30 dias para a reaplicação dos três primeiros s) .
3- O terceiro ciclo de aplicação já faz aparecer as primeiras iniciativas, começa o “ajuste fino” do processo e a manutenção do programa (seiketsu) já é uma realidade (demora, em média, 20 dias).
4- No quarto ciclo de aplicação dos três primeiros s já nota-se o fator de assimilação da cultura, a ação é autônoma e o processo irreversível (demora, em média, 15 dias).