O poder da visão

Este é um tema que deriva da nossa experiência nas atividades de Coaching e no desenvolvimento de Empreendedores. Para o Empreendedor a visão é razão de vida e no Coaching a sua reflexão é, em muitos casos, o início do processo de desenvolvimento autônomo.

Desenvolver o poder da visão é como definir um alvo. Mas um alvo que não se enxerga, mas se sente e está presente em todos os momentos e algumas vezes é um incômodo. Atormenta e, por vezes nos intimida, mas principalmente nos move! De maneira geral é uma lembrança positiva, mas não é, necessariamente, um fator agradável. Algumas vezes pode ser uma situação que queremos evitar. Por exemplo, um item que frequentemente está presente nas pesquisas que realizamos para aprofundar a questão sobre a formação do empreendedor é: infância pobre!

Mas podemos dizer, sem temor, que a visão é uma expectativa futura. Expectativa que nos deverá conduzir á ações de busca, de construção e de realização desse alvo e, conseqüentemente da nossa realização pessoal.

Há um engano natural na criação das expectativas futuras consignando valores financeiros como objetivo. Quero ser rico! Quero ter dinheiro para não me preocupar com o futuro. Isso não pode ser entendido como objetivo. Faz parte do instinto de preservação. Como não se preocupar com o futuro?

Se pudermos definir que se quer ter dinheiro para alcançar tal objetivo, então terei um objetivo. Mas dinheiro não pode ser considerado um objetivo em si próprio e sim um meio para o objetivo (senão vira neurose). Mas sempre teremos que pensar em alternativas, pois se não se conseguir o dinheiro pretendido, ou necessário, deveremos saber quais serão nossas estratégias alternativas para viabilizar esse objetivo. Parcerias, apoios, e o que mais pudermos imaginar.

Esses são os princípios da criação de uma VISÃO. São esses valores que vão nos conduzir para um futuro pretendido. E é disso que estamos falando, de um futuro pretendido e criado com nossos esforços, nossas ações.

São esses valores que vão nos manter no rumo, mesmo no meio de uma tempestade. Ou que vai conseguir nos levantar quando o desânimo chegar. Porque chega! E quando chega não é simples enfrenta-lo, até porque o desânimo nos remete a vários sentimentos, desde a baixa autoestima como a própria culpa por ter desanimado. Não é fácil!

Sem dúvida manter a determinação em direção aos objetivos é sempre uma difícil batalha, mas não se compara com a dificuldade em se definir aonde se quer chegar. É muito mais difícil definir, com clareza, qual é o objetivo. O que realmente queremos para nosso futuro, de verdade e não apenas uma resposta para uma situação pontual do nosso presente.

Temos que desenvolver um enorme esforço de desprendimento para entender o cenário que pretendemos alcançar. Tentar aliviar-nos das forças que interferem diretamente na nossa avaliação da realidade.

Tentar olhar acima da nossa representação da realidade, isto é, olhar além do que limita nossa inescapável incapacidade de olhar. Somos frutos das representações que fazemos do mundo, das influências de ontem e de hoje e precisamos nos entender melhor, olhando mais para nós do que para os outros. Procuremos nos aproximar-se da utopia da isenção.

Analisar com detalhes que outras forças (poderosas) estão interferindo na nossa avaliação da projeção da meta ou da decisão. Queremos realmente o que queremos ou estamos tentando responder á alguma coisa, á algum desafeto, á um ressentido fator de emoção que se foi?

Por exemplo, “dar a resposta” para alguém é a mais freqüente das influências nas nossas decisões. Esse é um bom parâmetro para a decisão? Sem dúvida que não e é por isso que algumas decisões nos levam para outros problemas (ás vezes maiores que o original).

Outro ponto importante a se cuidado refere-se ás “escolhas”! Vamos supor que temos dois caminhos a escolher. Caminho A e Caminho B. Fazemos uma análise dos pontos fortes e fracos de cada um dos caminhos para avaliar nossa melhor escolha. Definimos pelo Caminho A porque é o que nos apresenta a melhor possibilidade. Mas quando o iniciamos a percorrer o Caminho A sentimos falta de alguns componentes do outro caminho (B) do qual gostamos muito. Nesse momento podemos voltar e seguir pelo Caminho B, ou então não ficamos satisfeito e voltamos a analisar as duas opções novamente.

Há pessoas que ficam indefinidamente nesse ponto, até que se dêem conta de que “escolher é perder”. Sempre que escolhemos também definimos o que não ter. E lembrem-se de que a vida é feita de escolhas!

Por isso precisamos iniciar “desenhando a visão”!

Começamos a ter vontade, formatando, pouco a pouco, uma idéia mais concebida que, por sua vez se transforma em projeto que converte-se em estratégias e ações.

Esse é o processo. “O passo anterior me move para o próximo, quase espontaneamente”!

Neste ponto temos que utilizar uma ferramenta essencial. Faça anotações, em qualquer lugar (vários empreendimentos de sucesso tiveram início em anotações em guardanapos).

É esperado que neste momento alguns cenários comecem a se manifestar. Começa-se a se formar “links” com dados de realidade.

Cenas são criadas em sua imaginação que se transformam em imagens, roteiros, esquemas e “construções”.

Primeiro projeto deve ter complementação com algo escrito. A escrita é mágica, permite que nos vejamos de fora, assim como podemos ver nossas idéias, posições, etc.

E então projete o futuro. Sim isso mesmo, projetar o futuro é essencial para nosso desenvolvimento e todos nós temos essa capacidade. Fazemos isso diariamente, até para sobreviver.

Não projete para acertar. Faça-o para analisar. Aprofunde sua análise de causa e efeito de forma a perceber que ações poderão encaminhá-los para o objetivo pretendido.

Caminhe, mesmo sem o entendimento perfeito e, á medida do desenvolvimento vá verificando, analisando, pesquisando e Você pode mudar, recuar, avançar, melhorar.

Em suma, dedique seu melhor tempo para “criar sua Visão” e essa noção vai ancorar seu caminho até seus objetivos. Mas não esqueça que a Visão terá que ter (e não apenas deverá ter) algo de muito pessoal. Neste caso a emoção estará presente. Apenas este fator tornará essa Visão algo a ser seguido em qualquer circunstância. Agregue paixão á essa definição ou, caso contrário, será apenas uma boa intenção.

Mas não se esqueça: é necessário sempre ter uma visão, não uma visão para sempre. É necessário rever, mudar e criar novas visões. Esse é o verdadeiro processo de desenvolvimento. Entenda-se como um ser espiritual, tenha religião ou não. acredite no sobrenatural ou não. Entenda-se como parte do mundo e de todas as suas energias. Acredite que os “astros conspiram a favor” quando estamos convictos e determinados.

Em suma, se entregue para seu futuro!

 

Bernardo Leite Moreira

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